Sobre o ciume

Definições sobre ciúme nas diversas abordagens terapêuticas

Prof. Reginaldo de Matos.

4/17/20252 min read

O ciúme e a insegurança são fenômenos psíquicos amplamente estudados tanto na Psicanálise quanto na Psicologia.

Cada abordagem teórica os compreende de formas distintas, enfatizando diferentes fatores na sua origem e manutenção.

Perspectivas Psicanalíticas sobre o Ciúme e a Insegurança na psicanálise

Na Psicanálise, o ciúme e a insegurança são frequentemente associados a dinâmicas inconscientes que envolvem desejo, rivalidade e medo da perda.

Freud, em seu ensaio Sobre o Mecanismo Psíquico do Ciúme, da Paranóia e da Homossexualidade (1922), propõe três formas de ciúme:

1. Ciúme normal – Relacionado ao medo real da perda do objeto amado e à frustração decorrente disso.

Tem base na realidade, mas pode ser intensificado por experiências passadas.

2. Ciúme projetado – Surge quando o sujeito projeta no parceiro seus próprios desejos reprimidos de infidelidade.

Esse tipo de ciúme tem raízes nos próprios impulsos inconscientes.

3. Ciúme delirante – Relacionado a estados paranoicos e pode estar ligado a conflitos psíquicos mais profundos, incluindo defesa contra desejos homossexuais inconscientes.

A insegurança, por sua vez, pode estar associada a experiências precoces de perda, abandono ou falhas na constituição do self. Melanie Klein enfatiza que a inveja e a insegurança podem ter origem em ansiedades primárias relacionadas à relação com a figura materna, influenciando como o sujeito lida com relações futuras.

Perspectivas da Psicologia sobre o Ciúme e a Insegurança na psicologia

Na Psicologia, diferentes abordagens analisam o ciúme e a insegurança a partir de fatores emocionais, cognitivos e comportamentais:

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Enfatiza o papel das crenças disfuncionais e distorções cognitivas. O ciúme patológico pode estar ligado a pensamentos irracionais sobre traição e baixa autoestima, que levam a comportamentos compulsivos de controle e verificação.

Teoria do Apego: Indica que padrões inseguros de apego na infância podem gerar medo do abandono e ciúme excessivo na vida adulta. Indivíduos com apego ansioso tendem a buscar confirmação constante do afeto do parceiro.

Psicologia Humanista: Ressalta a importância da autopercepção e da autorrealização. Carl Rogers, por exemplo, enfatiza que a insegurança pode surgir quando a autoimagem é baseada na validação externa, gerando um medo constante da rejeição.